hoje. Voltaire produziu inúmeras obras; em todas se encontram alguns traços constantes.
A peculariedade formal encontra-se na postura crítica. Diplomacia não há nenhuma, sutileza sim, mas
nem tanto. Ironia, irreverência e sarcasmo não flutuam na superfície, atingem raízes. Não perdoa
costumes, religiões, crenças, superstições, raças, governos ou autoridades.
A peculariedade formal encontra-se na postura crítica. Diplomacia não há nenhuma, sutileza sim, mas
nem tanto. Ironia, irreverência e sarcasmo não flutuam na superfície, atingem raízes. Não perdoa
costumes, religiões, crenças, superstições, raças, governos ou autoridades.
Neste conto Voltaire vai além de escarnecer, investe com virulência.
O texto, basicamente, se desenvolve através de discussões filosóficas entre o padre Goudman, o
médico e anatomista Sidrac e, depois, o senhor Grou. Fazem contraponto cada um com os demais, todos
concordando entre si: é Voltaire apresentando suas concepções através deles.
Defensor ardoroso da liberdade de expressão, talvez até por ter sido tão criticado e perseguido, não
deixou de enfatizar:
Se estivéssemos nos bancos da Escola, argumentaríamos como os personagens de
Rabelais. Se vivêssemos nos séculos de horrendas trevas que envolveram por tanto tempo a
Inglaterra, um de nós dois faria talvez queimar o outro. Estamos num século de razão;
encontramos facilmente o que nos parece a verdade, e ousamos dizê-lo.
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