PDF EBOOKS DIGITAL BOOK

COMO BAIXAR?
Para baixar clique no link: CLIQUE AQUI




Mostrando postagens com marcador Adolfo Caminha. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Adolfo Caminha. Mostrar todas as postagens

sexta-feira

Tentação

Adolfo Caminha


- Ora, sempre vamos ao Rio de Janeiro, ao grande e espetaculoso Rio de Janeiro! - exclamou Evaristo, pousando o chapéu, com ar de triunfo. - É como lá diz o outro: - quem espera... Eu nunca me enganei com o Luís... nunca!
Saíam-lhe em jorro as palavras, num tom quente de vitória, de aclamação, de regozijo.
Adelaide não o compreendeu logo, e, sem o compreender, exultava diante da intempestiva alegria do marido, com os olhos nele, ansiosa.
- Que é, homem de Deus, que foi... Que mistério!
- Nada, filha, nada; estamos aqui, estamos no Rio de Janeiro - ouviste? - no grandioso Rio de Janeiro!


CLIQUE AQUI

COMO BAIXAR?
Para baixar clique no link: CLIQUE AQUI

A Normalista

Adolfo Caminha



João Manoel da Mata Gadelha, conhecido em Fortaleza por João da Mata, habitava, há anos, no Trilho, uma casinhola de porta e janela, cor d’açafrão, com a frente encardida pela fuligem das locomotivas que diariamente cruzavam defronte, e donde se avistava a Estação da linha férrea de Baturité. Era amanuense, amigado, e gostava de jogar o víspora em família aos domingos. Nessa noite estavam reunidas as pessoas do costume. 
Ao centro da sala, em torno d’uma mesa coberta com um pano xadrez, à luz parca de um candieiro de louça esfumado, em forma d’abat-jour, corriam os olhos sobre as velhas coleções desbotadas, enquanto uma voz fina de mulher flauteava arrastando as sílabas numa cadência morosa: Vin...te e quatro! Sessen...ta nove!... Cinqüen...ta e seis!...
Havia um silêncio morno e concentrado em que se destacava o rolar abafado das pedras no saquinho de baeta verde.

CLIQUE AQUI
COMO BAIXAR?
Para baixar clique no link: CLIQUE AQUI

Bom Crioulo

Adolfo Caminha


A velha e gloriosa corveta - que pena! - já nem sequer lembrava o mesmo navio d’outrora, sugestivamente pitoresco, idealmente festivo, como um galera de lenda, branca e leve no mar alto, grimpando serena o corcovo das ondas!...
Estava outra, muito outra com o seu casco negro, com as suas velas encardidas de mofo, sem aquele esplêndido aspecto guerreiro que entusiasmava a gente nos bons tempos de “patescaria”. Vista ao longe, na infinita extensão azul, dir-se-ia, agora, a sombra fantástica de um barco aventureiro. Toda ela mudada, a velha carcaça flutuante, desde a brancura límpida e triunfal das velas até a primitiva pintura do bojo.
No entanto ela aí vinha - esquife agourento - singrando águas da pátria, quase lúgubre na sua marcha vagarosa; ela aí vinha, não já como uma enorme garça branca flechando a líquida planície, mas lenta, pesada, como se fora um grande morcego apocalíptico de asas abertas sobre o mar...
CLIQUE AQUI


COMO BAIXAR?
Para baixar clique no link: CLIQUE AQUI