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terça-feira

Aviso

Pessoal desculpe-nos!

Estamos trabalhando muito mas, estamos sempre nos dedicando nosso máximo ao Blog PeguePoesias!

Rubaiyat

Omar Khayyam


1
Nunca murmurei uma prece,
nem escondi os meus pecados.
Ignoro se existe uma Justiça, ou
Misericórdia;
mas não desespero: sou um homem
sincero.
2
O que vale mais? Meditar numa taverna,
ou prosternado na mesquita implorar
o Céu?
Não sei se temos um Senhor,
nem que destino me reservou.

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sexta-feira

O Cristo do Mar

Anatole France


Naquele ano, vários pescadores de Saint-Valéry afogaram-se no mar. Os corpos, atirados à praia pela maré, foram encontrados de mistura com os restos dos seus barcos, e durante nove dias foram vistos, na trilha montanhosa que conduz à igreja, esquifes carregados nos ombros e acompanhados por viúvas em pranto, sob grandes mantos negros, como as mulheres da Bíblia.

Assim, foram o patrão Jean Lenoël e seu filho Désiré depostos na grande nave, sob a mesma arcada a que haviam pouco antes pendurado, em oferenda à Santa Virgem, um navio com todo o seu massame. Tinham sido homens justos e tementes a Deus, e o abade Guillaume Truphème, vigário de Saint-Valéry, tendo-lhes dado a absolvição, disse em voz lacrimosa:

- Jamais foram depostas em solo sagrado, para aí aguardarem o juízo do Senhor, criaturas mais virtuosas e cristãos mais devotos que Jean Lenoé'1 e seu filho Désiré.


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Theophile Gautier



Ninguém podia compreender qual a doença que ia consumindo lentamente Otávio de Saville. Não se encontrava acamado, conduzia vida regular, nunca um lamento lhe saiu dos lábios; entretanto, definhava a olhos vistos. Examinado pelos médicos, que a solicitude dos parentes o obrigavam a consultar, não acusava nenhum sofrimento determinado, e a ciência não descobria sintoma algum grave. Mas a vida afastava-se dele, fugindo por umas dessas frestas invisíveis, de que, segundo Terêncio, o homem está repleto.

As vezes, uma singular síncope o tornava branco e frio qual mármore. Durante um minuto ou dois, passava por morto, mas logo se reanimava, e Otávio parecia estar despertando de um pesadelo. Fizera uma estação de águas, viajara, mas nem mesmo sob o belo sol de Nápoles obtivera melhores resultados, pois, onde os "lazzaroni" seminus se bronzeavam, Otávio sentira-se gelar.

Voltara, portanto, ao seu apartamento da Rua São Lázaro, e retomara, aparentemente, seus velhos hábitos. Aquele apartamento de solteiro, mobiliado com elegância, com todo conforto, parecia sofrer a influência e o pensamento de quem ali habitava, pois também era triste, apesar do luxo que nele reinava.


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O Grande Inquisitor

Fiodor Dostoiévski

- É preciso, sob o ponto de vista literário, que o meu poema tenha um preâmbulo. A acção passa-se no século XVI; bem sabes que era costume, nesta época, fazer intervir nos poemas os poderes celestes. Não falo de Dante(1). Em França, os «clercs de la basoche»(2) e os monges davam representações em que punham em cena Nossa Senhora, os anjos, os santos, Cristo e Deus. 

Eram espectáculos ingénuos. Na Nossa Senhora de Paris, de Vítor Hugo, o povo é convidado, no tempo de Luís XI, em Paris, e em honra do nascimento do Delfim, para uma representação edificante e gratuita: O Bom Juízo da Sagrada e Graciosa Virgem Maria. 

Neste mistério aparece a própria Virgem a pronunciar o seu «bom Juízo». No nosso país, em Moscovo, antes de Pedro, o Grande, davam-se, de tempos a tempos, representações deste género, inspiradas sobretudo no Velho Testamento. Além disso, circulava uma grande quantidade de narrativas e de poemas em
que figuravam, segundo as necessidades, os santos, os anjos, o exército celeste. 

Nos mosteiros traduziam-se e copiavam-se estes poemas, e compunham-se mesmo outros novos, tudo sob a dominação dos Tártaros.
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O Guinéu da Coxa

Charles Dickens

O céu estava sombrio, um céu de Dezembro e o empedrado das ruas desaparecia debaixo da neve, aquela neve de Londres meio derretida e lamacenta. Nunca se me varreu da memória a recordação dessa neve apesar de já terem passado quinze anos sobre a última vez que a vi com a sua triste cor. Ali a tinha, à minha frente, com os mesmos sulcos, ocultando os mesmos perigos para os transeuntes. Havia somente uma hora que eu tinha chegado da América do Sul a bordo do barco-correio de Southampton, e agora ora estava encostado à janela do meu quarto no hotel Morley, Charing Cross, contemplando com ar sombrio os efeitos dos jogos de água da praça de Trafalgar, ora passeava agitadamente de um extremo ao outro do aposento, fazendo esforços para me distrair, pensando que não era um vagabundo desterrado, mas um homem que regressava ao seu país.

Aproximei a cadeira da chaminé e enquanto atiçava o lume, evocava através da chama o quadro da minha vida passada. Recordei-me da infância que tornou extremamente desgraçada a dependência de um tio velho e rico que me olhava como a um obstáculo porque não acreditava que eu pudesse vir um dia a honrar o seu nome e os seus benefícios.

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