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quinta-feira

Platão - Livro O Banquete

Nele Platão narra uma orgia festiva na casa de Agaton. Estavam presentes a esse banquete, entre outras pessoas, Aristodemo, amigo e discípulo de Sócrates; Fedro, o jovem retórico; Pausânias; o médico Eriximaco; Aristófanes, o comediante que ridicularizava Sócrates e o político Alcibíades.
Estava também presente o velho Sócrates. Devido ao exagero cometido na festa do dia anterior, sobretudo o excesso de bebida, fatigara os convidados de Agaton. Pausânias propôs então que em lugar de beberem, ficassem ali a conversar, a discutir ou que cada um fizesse algo "diferente". Essa proposta de Pausânias foi aceita por todos. 


Ao que Eriximaco acrescentou que se fizesse elogios a Eros, no qual os convidados deveriam fazer um discurso para louvar o amor, porém Sócrates, um dos presentes, resolve que antes de falar sobre o bem que o amor causa e seus frutos deveriam definir antes o que é o amor. Há uma passgem sobre o significado do amor


Sócrates é o mais importante dentre os homens presentes. Ele diz que na juventude foi iniciado na filosofia do amor por Diotima de Mantinea, que era uma sacerdotisa. Diotima lhe ensinou a genealogia do amor.




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Voltaire - Livro Os Ouvidos do Conde de Chesterfield

Pensador profundo, desenvolveu uma filosofia impecável que marcou sua época e nos influencia até

hoje. Voltaire produziu inúmeras obras; em todas se encontram alguns traços constantes.
A peculariedade formal encontra-se na postura crítica. Diplomacia não há nenhuma, sutileza sim, mas
nem tanto. Ironia, irreverência e sarcasmo não flutuam na superfície, atingem raízes. Não perdoa
costumes, religiões, crenças, superstições, raças, governos ou autoridades.

Neste conto Voltaire vai além de escarnecer, investe com virulência.
O texto, basicamente, se desenvolve através de discussões filosóficas entre o padre Goudman, o
médico e anatomista Sidrac e, depois, o senhor Grou. Fazem contraponto cada um com os demais, todos
concordando entre si: é Voltaire apresentando suas concepções através deles.
Defensor ardoroso da liberdade de expressão, talvez até por ter sido tão criticado e perseguido, não
deixou de enfatizar:

Se estivéssemos nos bancos da Escola, argumentaríamos como os personagens de
Rabelais. Se vivêssemos nos séculos de horrendas trevas que envolveram por tanto tempo a
Inglaterra, um de nós dois faria talvez queimar o outro. Estamos num século de razão;
encontramos facilmente o que nos parece a verdade, e ousamos dizê-lo.

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Voltaire - Livro O Touro Branco

Não se conhece muito bem a intenção de Voltaire ao escrever "O Touro Branco". Há hipóteses:
plausíveis, lógicas, mas hipóteses. Uma delas sugere que tenha se inspirado em lendas orientais a respeito
da metamorfose animal.

A mais provável, já que Voltaire sempre se interessou por religiões e mitos, é de que ele teria
coletado, dentre os mitos religiosos orientais, aqueles em que os homens entrassem em contato com aos
animais, mesclando-os com outros. Reuniu, assim, numa comédia animal, a serpente do paraíso, o asno
de Balaão, a baleia de Jonas com as divindades do Egito, igualmente relacionadas a animais,
especialmente o touro-rei.

Mas é o mesmo e inconfundível Voltaire, com seu conhecimento da alma humana, a filosofia
profunda e a ironia impecável. Não é tão irreverente como em outras obras, mas parece não ter resisitido
a sê-lo em algumas oportunidades:

A serpente do paraíso, contestando a sua condenação, retruca:



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Voltaire - Livro O Mundo como está

Em "O mundo como está" temos o mesmo Voltaire irônico e crítico em relação aos costumes de sua
época. Contudo, não é o sarcástico de outras obras. Foi escrito na fase em que ainda lhe restava certo
otimismo e algum sorriso.

Babuc foi encarregado, pelas divindades, representadas por Ituriel, de observar pessoalmente
Persépolis e apresentar um relatório para que os deuses decidissem ou não pela destruição da cidade que
julgavam irremediavelmente contaminada.

Em suas observações demonstra que não é possível distinguir entre defeitos e virtudes como entidades
estanques e opostas, noção já existente há milênios e recuperada por Hegel e Marx, muito mais tarde, sob
o rótulo de "unidade dos contrários"


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Voltaire - Livro O Ingênuo

"O Ingênuo" se insere na onda de indianismo característica de tantos romances que inundaram a
França do século XVIII. De certa forma, contém uma crítica às idéias de J. J. Rousseau sobre o homem
natural. Ingênuo é um hurão honesto e sincero, espantado com as ridículas convenções sociais; mas o
texto conclui o oposto da concepção rousseauniana de volta à natureza.

A obra revela a peculiar sensibilidade crítica de Voltaire. Ataca o clero católico, principalmente os
O Ingênuo jesuítas, em relação aos quais nunca escondeu sua ojeriza. O Papa tampouco passa incólume. Nem deixa
de ironizar os que se submetiam às normas da Igreja por simples temor ou pelo interesse de obter
vantagens.

Há uma diferença na forma de desenvolver as idéias. Voltaire, geralmente, expressou suas concepções
através de um humor mordaz, cáustico e irreverente. Não deixou de fazer isso, mas com parcimônia,
dando ênfase a um estilo dramático em que se mesclam dor e melancolia.


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Voltaire - Livro O Homem Dos Quarenta Escudos

Escreveu o texto numa época (1768) em que surgiam inúmeras teorias propondo novos sistemas para
a economia e agricultura. Voltaire que nutria profunda ojeriza pelos sistemas metafísicos, irritou-se ainda
mais com sistemas formulados para uma área que considerava depender apenas de experiência e bom
senso.

Uma de suas afirmações a respeito é incisiva:

Desconfie, toda a vida, dos testamentos e dos sistemas; já fui vítima deles, como o
senhor. Se os Sólons e Licurgos modernos zombaram do senhor, ainda mais zombaram de
mim os novos Triptólemos; e, não fosse uma pequena herança que me reanimou, teria eu
morrido de miséria.

Sobre a fúria tributária das autoridades, a irreverência é total:
Homens de gênio profundo apresentaram-lhe projetos. Imaginara um lançar impostos
sobre a inteligência.

- Todos - dizia ele - se apressarão a pagar, pois ninguém quer passar por tolo.
- Declaro-o isento do imposto - retrucou-lhe o ministro.

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Voltaire - Livro Micromégas

CAPÍTULO PRIMEIRO

Viagem de um habitante da estrela Sírio ao planeta Saturno

Num desses planetas que giram em torno da estrela chamada Sírio, havia um jovem de muito espírito
a quem tive a honra de conhecer durante a última viagem que fez a este nosso pequeno formigueiro:
chamava-se Micrômegas, nome bastante adequado a todos os grandes. Tinha oito léguas de altura:
entendo, por oito léguas, vinte e quatro mil passos geométricos de cinco pés cada um.

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Charles Darwin - Livro A Origem Das Espécies

SUMÁRIO

Notícia Histórica .................................................................................................. 04

Introdução ........................................................................................................... 14

Capítulo I
Variação das espécies no estado doméstico ........................................... 19

Capítulo II
Variação no estado selvagem .................................................................. 55

Capítulo III
Luta pela sobrevivência ........................................................................... 75

Capítulo IV
A seleção natural ou a perseverança do mais capaz .............................. 93


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Jane Austen - Livro Persuasão (Persuasion)

VOLUME I
Um

Sir Walter Elliot, do Solar de Kellynch, em

Somersetshire, era um homem que, para se distrair, nunca pegava num livro,
com excepção dos Anais dos Baronetes; aí encontrava ele ocupação para as horas de ócio e consolação para as horas tristes; aí sentia ele estimulados o respeito e a admiração, ao contemplar o pouco que restava dos primeiros títulos nobiliárquicos; aí, quaisquer sensações desagradáveis provocadas por assuntos de natureza doméstica transformavam-se naturalmente em pena e desdém.

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Platão - Livro Górgias

GÓRGIAS

I — Na guerra e no combate, Sócrates, segundo o provérbio, é que é preciso proceder
dessa maneira.

Sócrates — Será que chegamos atrasados e, como se diz, depois da festa?

Cálicles — Sim, e uma festa citadina! Agora mesmo, Górgias nos expôs um mundo de
coisas belas.

Sócrates — A culpa, Cálicles, é do nosso amigo Querefonte, que nos reteve na ágora.

Querefonte — Não faz mal, Sócrates; vou reparar o dano. Como amigo meu, que é,
Górgias falará para nós, ou agora, ou noutra ocasião, conforme preferires.

Cálicles — Que estás dizendo, Querefonte! Sócrates deseja ouvir Górgias?



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Platão - Livro Filebo

FILEBO

I - Sócrates - Então vê, Protarco, em que consiste a tese de Filebo, cuja defesa vais fazer, e
também a nossa, que terás de contestar, no caso de não a aprovares. Queres que recapitulemos as
duas?

Protarco - Perfeitamente.

Sócrates - Ora bem: o que Filebo afirma, é que, para todos os seres animados, o bem
consiste no prazer e no deleite, e tudo o mais do mesmo gênero. De nossa parte, defendemos o
princípio de que talvez não seja nada disso, mas que o saber, a inteligência, a memória e tudo o
que lhes for aparentado, como a opinião certa e o raciocínio verdadeiro, são melhores e de mais
valor que o prazer, para quantos forem capazes de participar deles, e que essa participação é o
que há de mais vantajoso pode haver para os seres em universal, presentes e futuros. Não foram
esses pontos, Filebo, mais ou menos, que cada um de nós defendeu?


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Platão - Livro Fédon - Fedão

FEDÃO

I – Estiveste tu mesmo, Fedão, junto de Sócrates no dia em que ele tomou veneno na
prisão, ou ouviste de alguém?

Fedão – Não, eu mesmo, Equécrates.

Equécrates – Então, que disse o homem antes de morrer? E como foi a sua morte?
Gostaria de saber tudo o que se passou. Recentemente, nenhum cidadão de Fliunte tem ido
a Atenas, e há muito não nos vêm de lá forasteiros capazes de dar-nos informações seguras,
salvo dizerem que morreu depois de tomar o veneno. Quanto ao mais, nada informam de
particular.

Fedão – E também não ouviste contar como foi o julgamento?

Equécrates – Ouvimos, sim; alguém nos falou nisso. Surpreendeu- nos, justamente,
ter sido bem antes o julgamento e ele só vir a morrer muito depois. Que aconteceu, Fedão?


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Voltaire - Livro Dicionário Filosófico

ANJO

Enviado em grego. Baldio será acrescentar que os persas tinham peris, os hebreu malakhs, os gregos
seus daimones. Mas talvez nos aclare saber que uma das primeiras idéias do homem foi interpor seres
intermediários entre a Divindade e nós.
São os demônios, os gênios ideados pela antigüidade. O homem sempre criou os deuses à sua imagem. Viam-se os príncipes transmitir suas ordens por mensageiros:
então a Divindade também tinha seus correios. Mercúrio, Isis, eram mensageiros, arautos.

Os hebreus - povo conduzido pela própria Divindade - a princípio não deram nomes aos anjos que por
fim Deus condescendia em enviar-lhes. Tomaram de empréstimo os nomes que lhes davam os caldeus,
quando a nação judaica esteve cativa em Babilônia. Miguel e Gabriel são referidos pela primeira vez por
Daniel, escravo entre aqueles povos.
O judeu Tobias, que vivia em Nínive, conheceu o anjo Rafael, que
viajou com seu filho para ajudá-lo a reaver certa soma que lhe devia o judeu Gabael.


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Voltaire - Livro As Cartas De Amabed

O Papa não escapou:


Esse Deus na terra chama-se Leão, décimo do nome. É um belo homem de trinta e quatro
a trinta e cinco anos, e muito amável; as mulheres estão loucas por ele. 
Achava-se atacado de um mal imundo, que só é bem conhecido na Europa, mas que os portugueses começam a introduzir no Indostão. 
Julgavam que disso morreria, e foi por isso mesmo que o elegeram, a fim de que o sublime posto ficasse logo vago; mas curou-se, e zomba daqueles que o nomearam. 
Nada mais magnífico do que a sua coroação, na qual gastou ele cinco milhões de rúpias, para prover às necessidades de seu Deus, que foi tão pobre! 
Não pude escrever-te na agitação das festas; sucederam-se tão rapidamente, tive de assistir a tantas diversões, que não sobrou um momento de lazer.




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Voltaire - Livro A Alma

Alma


I

É um termo vago, indeterminado, que expressa um princípio desconhecido, porém
de efeitos conhecidos que sentimos em nós mesmos. A palavra alma corresponde
à animu dos latinos, à palavra que usam todas as nações para expressar o que
não compreendem mais que nós. No sentido próprio e literal do latim e das línguas
que dele derivam, significa “ o que anima”. Por isso se diz: A alma dos homens,
dos animais e das plantas, para significar seu princípio de vegetação e de vida.
Ao pronunciar esta palavra, só nos dá uma idéia confusa, como quando se diz no
Gênesis: «Deus soprou no rosto do homem um sopro de vida, e se converteu em
alma vivente, a alma dos animais está no sangue, não mateis, pois, sua alma.»



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Aristóteles - Livro A Política


Prefácio

Só penetramos bem as obras próximas de nós mesmos ou de nosso
tempo, pelo menos por algum aspecto.

Igualmente, só se amam os escritos cujo autor nos atrai por seu caráter e
por seu exemplo. Ora, Aristóteles, com a extrema dignidade de vida, a nobreza
de pensamento, o gosto por um justo equilíbrio, é para nós, por toda a sua
personalidade, um reconforto.

Com efeito, foi possível classificá-lo não apenas entre os "grandes
espíritos", mas também entre os "grandes corações". Na coleção de biografias
- quase de hagiografias - que levava este título, M. D. Roland-Gosselin chega a
esta conclusão um tanto inesperada: "Decididamente, não é demais dizer que
Aristóteles foi um excelente marido, um pai afetuoso e devotado, um bom
homem." Ela ilumina com uma luz bastante simpática a fisionomia do Estagirita,
cuja vida, na medida em que a conhecemos exatamente, revela poucos
acontecimentos e, afora a educação de Alexandre, é carente dos grandes
cargos que não raro acompanham os grandes livros consagrados ao Estado e
a seu governo.


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Aristóteles - Livro Arte Poética

CAPÍTULO I

Da Poesia e da imitação segundo os meios, o objeto e o modo de imitação


Nosso propósito é abordar a produção poética em si mesma e em seus diversos gêneros, dizer qual a
função de cada um deles, e como se deve construir a fábula visando a conquista do belo poético; qual o
número e natureza de suas (da fábula) diversas partes, e também abordar os demais assuntos relativos a
esta produção. Seguindo a ordem natural, começaremos pelos pontos mais importantes.

2. A epopéia e a poesia trágica, assim como a comédia, a poesia ditirâmbica, a maior parte da aulética e
da citarística, consideradas em geral, todas se enquadram nas artes de imitação.

3. Contudo há entre estes gêneros três diferenças: seus meios não são os mesmos, nem os objetos que
imitam, nem a maneira de os imitar.

4. Assim como alguns fazem imitações em modelo de cores e atitudes —uns com arte, outros levados
pela rotina, outros com a voz –, assim também, nas artes acima indicadas, a imitação é produzida por
meio do ritmo, da linguagem e da harmonia, empregados separadamente ou em conjunto.



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Gil Vicente - Livro Auto da Barca do Inferno

AUTO DA BARCA DO INFERNO

Gil Vicente

Auto de moralidade composto por Gil Vicente por contemplação da sereníssima e muito católica rainha Lianor, nossa senhora, e representado por seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei Manuel, primeiro de Portugal deste nome.

Começa a declaração e argumento da obra.
Primeiramente, no presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de espirar, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous batéis que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pera o paraíso e o outro pera o inferno: os quais batéis tem cada um seu arrais na proa: o do paraíso um anjo, e o do inferno um arrais infernal e um companheiro.



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Oscar Wilde - Livro A Esfinge sem Segredo



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Júlio Verne - Livro A Volta ao Mundo em 80 dias





Phileas Fogg, um cavalheiro britânico, aposta com os membros do seu clube que fará a volta ao mundo em oitenta dias. E hei-lo que parte acompanhado do seu criado Passepartout, um parisiense esperto e expedito. Para ganhar a aposta, teria de regressar a Londres em 21 de Dezembro de 1872, às vinte horas e quarenta e cinco minutos.
Acusado, porém, de ser o audacioso assaltante do Banco de Inglaterra, Phileas Fogg será permanentemente perseguido pelo detective Fix, que, todavia, nunca consegue detê-lo... A Volta ao Mundo em 80 dias, um dos romances mais célebres de Júlio Verne, alia à graciosidade e ao humor, o verdadeiro espírito da aventura, do "suspense" e de um brilhantismo de escrita que raras vezes foi igualado.
Embora muitos dos livros lançados tragam em suas capas a foto de um balão, não há momento algum na história em que os personagens se utilizem dele. Em certa ocasião, Phileas Fogg cogita o uso de um balão, mas a ideia fica só na imaginação.




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José Maria Eça de Queirós - Livro A Cidade e as Serras

I

O meu amigo Jacinto nasceu num palácio, com cento e nove contos de renda em terras de semeadura, de vinhedo, de cortiça e de olival.

No Alentejo, pela Estremadura, através das duas Beiras, densas sebes ondulando pôr e vale, muros altos de boa pedra, ribeiras, estradas, delimitavam os campos desta velha família agrícola que já entulhava o grão e plantava cepa em tempos de el-rei d.Dinis. A sua Quinta e casa senhorial de Tormes, no Baixo douro, cobriam uma serra. Entre o Tua e o Tinhela, pôr cinco fartas léguas, todo o torrão lhe pagava foro.



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José Saramago - Livro Este Mundo da Injustiça Globalizada

Este Mundo da Injustiça Globalizada

Começarei por vos contar em brevíssimas palavras um facto notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de Florença há mais de quatrocentos anos. Permito-me pedir toda a vossa atenção para este importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não tarda.


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Pero Vaz de Caminha - Livro A Carta

A Carta
Pero Vaz de Caminha

Senhor,
posto que o Capitão-mor desta Vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a
notícia do achamento desta Vossa terra nova, que se agora nesta navegação achou, não deixarei de
também dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem
contar e falar -- o saiba pior que todos fazer!

Todavia tome Vossa Alteza minha ignorância por boa vontade, a qual bem certo creia que, para
aformosentar nem afear, aqui não há de pôr mais do que aquilo que vi e me pareceu.

Da marinhagem e das singraduras do caminho não darei aqui conta a Vossa Alteza -- porque o não
saberei fazer -- e os pilotos devem ter este cuidado.

E portanto, Senhor, do que hei de falar começo:
E digo quê:

A partida de Belém foi -- como Vossa Alteza sabe, segunda-feira 9 de março. E sábado, 14 do dito
mês, entre as 8 e 9 horas, nos achamos entre as Canárias, mais perto da Grande Canária. E ali andamos
todo aquele dia em calma, à vista delas, obra de três a quatro léguas. E domingo, 22 do dito mês, às
dez horas mais ou menos, houvemos vista das ilhas de Cabo Verde, a saber da ilha de São Nicolau,
segundo o dito de Pero Escolar, piloto.



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William Shakespeare - Livro O Mercador de Veneza

ATO I



Cena I

Veneza. Uma rua. Entram Antônio. Salarino e Salânio.

ANTÓNIO - Não sei, realmente, porque estou tão triste. Isso me enfara; e a vós também, dissestes. Mas
como começou essa tristeza, de que modo a adquiri, como me veio, onde nasceu, de que matéria é feita,
ainda estou por saber. E de tal modo obtuso ela me deixa, que mui dificilmente me conheço.

SALARINO - Vosso espírito voga em pleno oceano, onde vossos galeões de altivas velas - como
burgueses ricos e senhores das ondas, ou qual vista aparatosa distendida no mar - olham por cima da
multidão de humildes traficantes que os saúdam, modestos, inclinando-se, quando perpassam com
tecidas asas.

SALÂNIO - Podeis crer-me, senhor: caso eu tivesse tanta carga no mar, a maior parte de minhas afeições
navegaria com minhas esperanças. A toda hora folhinhas arrancara de erva, para ver de onde sopra o
vento; debruçado nos mapas, sempre, procurara portos, embarcadoiros, rotas, sendo certo que me deixara
louco tudo quanto me fizesse apreensivo pela sorte do meu carregamento.


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Luís Vaz de Camões - Livro Os Lusíadas


CANTO I

1

As armas e os barões assinalados,
Que da ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

2

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis, que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando;
E aqueles, que por obras valerosas
Se vão da lei da morte libertando;
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

3

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram:
Cesse tudo o que a Musa antígua canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.


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Franz Kafka - Livro A Metamorfose

Capítulo I


Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregório Samsa deu por
si na cama transformado num gigantesco inseto. Estava deitado sobre o dorso, tão
duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o
arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual
a colcha dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar.
Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente
finas, agitavam-se desesperadamente diante de seus olhos.



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Machado de Assis - Livro Memórias Póstumas de Brás Cubas

AO VERME QUE PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES DO MEU CADÁVER DEDICO COMO SAUDOSA

LEMBRANÇA ESTAS MEMÓRIAS PÓSTUMAS

Ao leitor

Que Stendhal confessasse haver escrito um de seus livros para cem leitores, coisa é que admira e
consterna.
O que não admira, nem provavelmente consternará, é se este outro livro não tiver os cem
leitores de Stendhal, nem cinqüenta, nem vinte, e quando muito, dez.. Dez? Talvez cinco.
Trata-se, na verdade, de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne, ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo. Pode ser.
Obra de finado.
Escrevia-a com a pena da galhofa e a tinta da melancolia, e não é difícil antever o que poderá sair desse
conúbio.
Acresce que a gente grave achará no livro umas aparências de puro romance, ao passo que a
gente frívola não achará nele o seu romance usual; ei-lo aí fica privado da estima dos graves e do amor
dos frívolos, que são as duas colunas máximas da opinião.


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Machado de Assis - Livro A Igreja do Diabo

A IGREJA DO DIABO

Capítulo I

De uma idéia mirífica

Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de
fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado
com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones,
sem ritual, sem nada.
Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e
obséquios humanos. Nada fixo, nada regular.
Por que não teria ele a sua igreja?
Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.


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William Shakespeare - Livro Macbeth




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Machado de Assis - Livro A Cartomante

A Cartomante



HAMLET observa a Horácio que há mais cousas no céu e na terra do que
sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao
moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela,
por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia
por outras palavras.

— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que
fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe
dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora
gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as
cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você
me esquecesse, mas que não era verdade...

— Errou! interrompeu Camilo, rindo.


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Machado de Assis - Livro Dom Casmurro

Dom Casmurro


CAPÍTULO PRIMEIRO / DO TÍTULO

Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz
aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu.
Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos.
A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus.
Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso.

-- Continue, disse eu acordando.

-- Já acabei, murmurou ele.

-- São muito bonitos.



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Dante Alighieri - Livro A Divina Comédia

A Divina Comédia

Poema épico de Dante Alighieri

Divina Comédia é a obra prima de Dante Alighieri, que a iniciou provavelmente por volta de 1307, concluindo-a pouco antes de sua morte (1321). Escrita em italiano, a obra é um poema narrativo rigorosamente simétrico e planejado que narra uma odisséia pelo InfernoPurgatório e Paraíso, descrevendo cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Dante, o personagem da história, é guiado pelo inferno e purgatório pelo poeta romano Virgílio, e no céu por Beatriz, musa em várias de suas obras.

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III Prêmio Literário Canon de Poesia


Já está rolando, o III Prêmio Literário Canon de Poesia, lançado pela própria Canon em parceria com a Fábrica de Livros e a Editora Scortecci.

O tema do concurso é livre e seu objetivo é revelar talentos, promover a literatura e difundir a impressão digital de livros no País. As inscrições vão até o dia 30 de setembro por meio do site do evento

Podem participar autores maiores de 16 anos residentes no Brasil.

Os trabalhos serão julgados por comissão de especialistas em literatura que irá escolher os 50 melhores textos. Essas obras serão reunidas e publicadas pelo editorial Fábrica de Livros / Editora Scortecci. Os vencedores irão receber dez exemplares da obra e farão parte, por um ano, das campanhas e ações de marketing da Canon referentes ao projeto.

Os ganhadores serão divulgados no mês de outubro e a impressão dos livros está prevista para novembro, com lançamento para dezembro desse ano. 

Para outras informações e dúvidas os interessados devem enviar email para premiocanon2010@concursosliterarios.com.br.